Por Roberto Maia – Recentemente comentei aqui que a corda arrebentaria para o lado de Cuca no São Paulo e não deu outra. Mas se fosse somente ele a deixar o comando técnico de um clube da Série A do Brasileirão estaria tudo dentro da normalidade.
Desde o início do Campeonato Brasileiro deste ano, foram 14 os treinadores trocados. Alguns como Rogério Ceni no Cruzeiro após apenas sete jogos. A mais recente demissão foi a de Enderson Moreira, que deixou o Ceará e foi substituído por Adilson Batista.
A falta de planejamento de longo prazo e a incompetência dos dirigentes faz da profissão de treinador de futebol uma das mais instáveis no Brasil. Seis meses é o tempo médio em que ficam empregado nos clubes da elite do futebol brasileiro.
São Paulo – Após 21 jogos, o treinador Cuca pediu demissão e Fernando Diniz, que havia sido demitido pelo Fluminense assumiu o seu lugar. O coordenador técnico Vagner Mancini também deixou o Tricolor paulista.
Fluminense – Após ser xingado e chamado de burro por Paulo Henrique Ganso, Oswaldo de Oliveira – que substituiu Fernando Diniz – deixou o comando do Tricolor cariosa após apenas seis jogos. Diniz comandou o time em 15 jogos. Marcão, o auxiliar técnico do clube assumiu interinamente.
Palmeiras – Antes idolatrado pela torcida do Verdão, Felipão deixou o comando do time após 16 jogos no Brasileirão. Mano Menezes, demitido pelo Cruzeiro, assumiu o seu lugar.
Cruzeiro – Treze jogos ruins no Brasileirão bastaram para o time mineiro demitir Mano Menezes. Para o seu lugar a Raposa tirou Rogério Ceni do Fortaleza, que ficou apenas sete jogos no comando e também foi demitido. Abel Braga, que deixou o Flamengo em maio após apenas seis jogos, assumiu o comando do time mineiro que está na zona de rebaixamento.
Flamengo – Após a demissão de Abel Braga, o Rubro-Negro, foi buscar o português Jorge Jesus. É preciso ressaltar que a escolha foi a única que saiu da mesmice do futebol brasileiro.
Ceará – O mais recente demitido na Série A do Brasileirão foi Enderson Moreira, em 1º de outubro. Ele deixou o comando do time cearense após 22 jogos. No dia seguinte, Adilson Batista foi anunciado como o novo treinador.
Fortaleza – Rogério Ceni trocou o clube cearense pelo Cruzeiro. Em seu lugar assumiu o treinador Zé Ricardo, que nem esquentou o banco e foi mandado embora para possibilitar a recontratação de Ceni após ser demitido pelo Cruzeiro. Confesso que nunca vi algo parecido!
Goiás –Claudinei Oliveira deixou o comando do alviverde goiano após 12 jogos. Ney Franco, demitido pela Chapecoense foi o escolhido para assumir o time.
Chapecoense – Após 11 jogos, Ney Franco foi demitido na Chape, sendo substituído por Marquinhos Santos. O time ocupa a última colocação do Brasileirão e até a publicação desse texto Santos poderá estar desempregado. Não duvidem!
CSA – Com apenas nove jogos no comando da equipe alagoana, Marcelo Cabo foi substituído por Argel Fucks.
Avaí – Também após nove jogos, Geninho deixou o clube catarinense. Alberto Valentim ocupou o lugar.
Vasco – Alberto Valentin começou o ano no comando técnico do cruzmaltino. Foi substituído pelo interino Marcos Valadares, que pouco tempo depois deu lugar a Vanderlei Luxemburgo.
A insana troca de cadeiras entre os treinadores pode ter novos capítulos nas próximas rodadas do Brasileirão. Após derrota para o Vasco no meio da semana, quem está com a cabeça à prêmio é Rodrigo Santana no Atlético-MG. Os outros “professores” que ainda permanecem empregados são Fábio Carile (Corinthians), Eduardo Barroca (Botafogo), Odair Hellmann (Internacional), Renato Portaluppi (Grêmio), Tiago Nunes (Athlético-PR), Jorge Sampaoli (Santos) e Roger Machado (Bahia).
Quem será o próximo a perder o emprego?
Roberto Maia é jornalista, cronista esportivo, editor da revista Qual Viagem e do portal Travelpedia