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O Flamengo voltou a ser Flamengo

O Flamengo voltou a ser Flamengo, vive um momento mágico. Exaltado por sua legião de torcedores e também pela imprensa especializada, o Mengão pode escrever no próximo final de semana mais um capítulo épico na sua gloriosa história de 124 anos.

No sábado, dia 23, entra em campo para encarar o poderoso River Plate, da Argentina, na final da Conmebol Libertadores 2019 em jogo único que será disputado no Estádio Monumental de Lima, no Peru. Desde 1981, quando contava com um time de craques e tinha em Zico a estrela maior, o time carioca não chegava à final do torneio continental.

Naquele ano, o Flamengo conquistou o seu único título da Libertadores após vencer o Cobreloa, do Chile, por 2 a 0 em um jogo de desempate realizado no Estádio Centenário, no Uruguai.


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A nação rubro-negra está em festa: os jovens que nunca viveram essa experiência e os mais velhos que relembram as conquistas de 1981
(Foto: Paula Reis/Flamengo)

No mesmo ano, o Mengão de Zico

e companhia foi campeão do mundo ao vencer o Liverpool na então chamada Copa Intercontinental por 3 a 0, gols de Nunes (2) e Adílio em jogo único realizado no Japão. Agora, caso vença o River Plate, o destino caprichosamente colocará o time inglês mais uma vez o caminho do Rubro-Negro. Será uma histórica revanche após 38 anos.

A nação rubro-negra está em êxtase sonhando com o final de semana perfeito: ser campeão da Libertadores no sábado e campeão brasileiro no domingo, mesmo sem entrar em campo. Essa possibilidade é real e possível. O título do Brasileirão irá para a Gávea se o Palmeiras não vencer Grêmio. Nesse caso, o Verdão, que ocupa a segunda colocação com 68 pontos, não mais alcançaria o time carioca restando apenas mais quatro rodadas no Brasileirão.


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O Flamengo não será campeão brasileiro no domingo se o Palmeiras vencer o Grêmio. E para não depender de tropeços do time paulista, o Mengãoterá que conquistar os dois pontos que lhe faltam nos jogos seguintes: Ceará (27/11), Palmeiras (01/12), Avaí (04/12) e Santos (08/12).

Gabriel Barbosa, o Gabigol, é a cara do Flamengo que pode conquistar a Libertadores e o Brasileirão no próximo final de semana Foto: Alexandre Vidal

Se os objetivos forem alcançados

não será apenas o Flamengo do artilheiro Gabigol que sairá ganhando. O futebol brasileiro poderá entrar em uma nova era. Ou melhor, pode retomar uma característica que consagrou um estilo de jogo que privilegiava o ataque e nos deu cinco títulos mundiais. Um jeito de jogar que fez escola mundo afora. Éramos reconhecidos e imitados na medida do possível.

Aos europeus, por exemplo, faltava a ginga e a habilidade dos nossos jogadores. Com poder financeiro muito superior ao nosso, levaram e levam até hoje os melhores jogadores que surgem no Brasil e em qualquer outro lugar do planeta.

Antigamente, garotos que jogavam em campinhos de terra sonhavam defender um dos grandes clubes brasileiros e se tudo desse certo chegar a vestir a camisa amarela da nossa Seleção. Hoje já não é mais assim. Crianças e seus país sonham em serem “sequestrados” por times da Europa e ficarem milionários. E se não derem a sorte de ir para um dos gigantes times europeus, serve também clubes do leste europeu, China e outros destinos menos votados.

O treinador português Jorge Jesus resgatou o jeito de jogar no ataque que consagrou o futebol brasileiro no mundo – Foto Marcelo Cortes

O atual Flamengo pode mudar um pouco essa deprimente situação. O Brasil continuará perdendo os jovens talentos para a Europa, mas poderá lucrar mais com essas transações. Por outro lado, coube a um treinador português mudar o rumo do futebol brasileiro. Jorge Jesus chegou ao Rio de Janeiro e colocou o time para jogar no ataque. Não muito diferente do que fez Paulo César Carpegiani, o treinador do time multicampeão em 1981.

Tomara que daqui para a frente as coisas sejam diferentes. Chega de retrancas e jogar por uma bola!

O Flamengo voltou a ser Flamengo, texto de ROBERTO MAIA que é jornalista,  cronista esportivo, editor da revista Qual Viagem e do portal Travelpedia

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