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Corinthians desmorona e Carille balança no cargo

Por Roberto Maia – Após a derrota para o CSA na noite de quarta-feira, recebi muitos comentários de amigos via WhatsApp revoltados com a apatia dos jogadores do Corinthians. A maioria deles pedia a demissão do treinador Fábio Carille, considerado o maior responsável pela fase ruim do time que completou sete jogos sem vitória no Brasileirão 2019.

O retrospecto ruim levou o time para a sétima colocação no campeonato, correndo o risco de cair mais uma em caso de vitória do Athlético-PR na quinta-feira.

Interessante notar que no final do ano passado a contratação de Carille foi comemorada pelos corinthianos. Mais ainda após a conquista do tricampeonato paulista sob o seu comando. Naquele momento não havia dúvidas quanto à capacidade do treinador que tinha o elenco em suas mãos. A conquista do Paulistão fez a Fiel sonhar alto quanto aos resultados ao longo de 2019.

Arena Corinthians – Foto Roberto Maia

Só que não! O time patinou e foi eliminado da Copa do Brasil e da Copa Sul-Americana. Apesar das desclassificações para Flamengo e Independiente del Valle, respectivamente, o time se mantinha nas primeiras posições do Campeonato Brasileiro. Chegou a ocupar a terceira colocação, mas em momento algum justificava em campo o bom posicionamento. Durante várias rodadas contou com os resultados ruins dos seus perseguidores, casos de São Paulo, Grêmio, Internacional e Bahia.


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Só que a sorte não dura para sempre e o jeito de jogar do time corinthiano seguiu o mesmo. E, pior, o setor defensivo antes quase intransponível começou a falhar. Até o goleiro Cássio, maior ídolo dos corinthianos nos últimos anos, falhou feio em alguns jogos.

E o que o “professor” Carille fez para mudar as coisas e levar o time novamente para as vitórias? Arrumou desculpas e mais desculpas. Nas coletivas criticou os jogadores. Primeiro os mais jovens, depois os atacantes. Aliás, esse é o caminho mais rápido para um treinador perder o comando e o respeitos dos seus jogadores. Em nenhum momento assumiu seus próprios erros.

Fabio Carille – Foto Ag.Corinthians Divulgação

Lembro que em entrevista coletiva após o empate em 2 a 2 com o Athlético-PR, Carille disse que o principal problema estava no elenco. Segundo ele, “não há jogador com ambição do gol no grupo corinthiano”. Ao saberem do comentário do comandante, o que Vágner Love, Boselli, Gustagol, Pedrinho e Clayson teriam pensado?

Entendo que o problema maior do elenco do Corinthians é a falta de meias criativos, que façam a bola chegar com rapidez e qualidade aos atacantes. Na falta deles o que se vê é um interminável toque de bola entre os zagueiros Gil e Manoel, Ralf e os laterais. Esses jogadores muitas vezes acabam tentando o lançamento longo para os atacantes, o que não é a função deles. Fora isso, o time tem apresentado erros de passes inadmissíveis para jogadores profissionais que estão entre os maiores salários do futebol brasileiro.

Até que a diretoria alvinegra tentou contratações para melhorar o desempenho. Mas priorizou quantidade ao invés de qualidade. Contratou muitos jogadores, gastou muitos milhões e não alcançou os resultados. Entre 2018 e 2019, foram contratados Bruno Méndez, Sornoza, Richard, Douglas, Everaldo, Thiaguinho, André Luis, Jonathas, Boselli, Vágner Love, Ramiro, Júnior Urso, Míchel Macedo, Mosquito, Régis, Sergio Díaz, Manoel, Danilo Avelar, Matheus Jesus, Ángelo Araos, Juninho Capixaba, Bruno Paulo e Mateus Vital, além de trazer de volta o Gustagol e outros jogadores que estavam emprestados.

Não teria sido melhor ficar com Romero e buscar apenas jogadores pontuais mas que pudessem resolver o problema de falta de criatividade do meio de campo? A comissão técnica também tem que ser cobrada. Onde estão Emerson Sheik e Vilson que não assumem suas responsabilidades?

Se o Corinthians ficar fora mais uma vez da Libertadores perderá a chance de auferir grandes arrecadações com jogos e premiações. Pior, o clube vive uma grande crise financeira, o que faz os torcedores temerem por um 2020 ainda pior.

O treinador tem multa rescisória de 6 milhões de reais, o que também justifica a sua permanência no cargo. Mas será que Fábio Carille está pensando apenas no seu lado financeiro? Se ele já percebeu que perdeu o comando deveria pedir demissão para não manchar o seu currículo. Se demorar será mandado embora com seus milhões parcelados ou terminará na Justiça do Trabalho para receber.

FUTURO INCERTO – Unanimidade no início do ano, Fábio Carille amarga pior momento no Corinthians Foto: © Daniel Augusto Jr. / Ag. Corinthians

O jogo de domingo contra o Flamengo pode ser a gota d’água para as pretensões do “professor” Carille no Timão.

Roberto Maia é jornalista, cronista esportivo, editor da revista Qual Viagem e do portal Travelpedia

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